domingo, 12 de junho de 2011

YES!

Barack Obama ao colo da mãe (anos 60)

Ainda me lembro do entusiasmo com que vivi (e o mundo viveu) as últimas eleições norte-americanas. Porquê tanto interesse, tanta expectativa, tanta ansiedade? Nunca antes isto acontecera, embora sempre me apaixonasse a Política, particularmente a política internacional e, claro, o xadrez político dos EUA que se jogava e que punha em xeque ou não a política mundial se o ganhador não fosse BARACK OBAMA. 
Já não se conseguia aguentar Bush e já nada mais interessava a partir do momento em que Barack, desde o início, arrastando multidões, falava apaixonadamente ao mundo e não só à América do Norte, dos seus valores, dos compromissos para com os mais desfavorecidos, da defesa da paz mundial e do seu contributo para a consolidação da democracia entre as nações. Uma outra política seria possível. Um outro rumo.
Durante aquela campanha eleitoral, senti-me norte-americana. Apoiei Barack Obama. Por tudo o que ele representava, agora, politicamente, mas, sobretudo, pelo jovem e homem combativo que ele foi, humilde, trabalhador incansável, sério, solidário, corajoso, inteligente, forte e determinado. 
A seguir à sua eleição, publiquei este artigo:

YES!

Hoje, 20 de Janeiro de 2009, nem o frio que sentimos em Portugal e E.U.A nos impedirá de aquecer a alma e os nossos corações com a posse de Barack Obama! Pelo que ele tem sido. Pelo que é. Pela forma brilhante e ao mesmo tempo humilde com que se nos dirige e nos cativa.
Num mundo cada vez mais desestruturado e desorientado, quer pela falência do sistema económico vigente, quer pela desresponsabilização sistemática de governantes e políticas desastrosas, chegamos a um momento de reflexão que tardava, tendo em conta as gravíssimas consequências daí resultantes, designadamente, o acentuar das desigualdades sociais, as elevadas taxas de desemprego, o aumento da miséria, da pobreza, da violência, do racismo e xenofobia e, mesmo, a ameaça de destruição dos recursos vitais do nosso planeta e da sustentabilidade do mesmo.
É assustador pensar em tudo isto!
Barack Obama surge neste contexto de grande instabilidade mundial. E foi eleito Presidente dos Estados Unidos da América, da América de Abraham Lincoln, de Franklin Roosevelt, de John F. Kennedy, da América da união, da luta pela igualdade, da firmeza de posições, do trabalho, da seriedade, mas também da América que resta - a América de G. W. Bush, prepotente, ruinosa, arrogante, assustadora.
O papel de Barack Obama vai ser decisivo para a reconciliação dos norte-americanos com eles próprios, com a sua História e com o Mundo.
As suas intervenções, direccionadas para a busca de um caminho sério e transparente na política e nas ideias, quer para os E.U.A. quer para o resto do Mundo, o seu humanismo, a sua inteligência, a sua personalidade, as suas convicções, são a concretização do sonho, não só de Martin Luther King mas, também, de milhões de seres humanos que esperam um novo rumo e uma nova ordem internacional, ditada pelo respeito de todos os povos, pelo direito à Paz e pela defesa intransigente da dignidade humana.
Obama deu-nos força para acreditar nisto. Animou-nos. Conta connosco.
Realista, sabe que o caminho não é fácil porque a herança deixada é pesada e bem sombria, mas, não desiste de o fazer.
Já o começou.Boa sorte, Barack!

Como diz Eugénio de Andrade:

É urgente destruir certas palavras,


ódio, solidão e crueldade,

alguns lamentos,

muitas espadas.

É urgente inventar a alegria,

multiplicar os beijos, as searas,

é urgente descobrir rosas e rios

e manhãs claras.


(…)


Maria Nazaré Oliveira