quarta-feira, 22 de junho de 2011

Exames nacionais 2011



Ansiedade, nervosismo, confiança, medo do fracasso, expectativas... o momento esperado já chegou. Os nossos jovens iniciaram os exames nacionais.
Numa prova, num teste, verter-se-á o trabalho do professor, mas, principalmente, a forma como o aluno o recebeu, o aplicou, o levou a sério.
Compreendo que os resultados dos alunos possam ser, também, evidências do trabalho do professor. No entanto, para que isso seja levado a sério e seja justo considerá-lo, é necessário que os estudantes também levem a sério a sua participação no mesmo, a forma como correspondem ou não às orientações do professor, as suas atitudes face ao trabalho e à escola, responsabilizando-se pelo que fazem, não fazem ou não deixam os outros fazer. Além disso, não podemos continuar a exigir só aos professores quando se não exige praticamente nada aos pais e encarregados de educação.
É uma vergonha a forma como se tem tido em conta a falta de assiduidade dos alunos e até a sua falta de pontualidade! A permissividade da lei e quem disso beneficia!
A pouca autoridade do professor e a falta de autonomia das escolas face a problemas desta natureza, resultará sempre no reforço da sua gravidade, como, aliás, temos visto e, enquanto as penalizações dos alunos não forem, também, penalizações para os seus encarregados de educação, poucos ou nenhuns resultados positivos veremos.  
As estratégias que se têm implementadas para resolver o grave problema da assiduidade  e mesmo a falta de estudo e de empenho dos alunos, têm sido um constante e mau experimentalismo. Um facilitismo perverso e um incentivo à desonestidade, salvo raríssimas excepções.
Planos de Recuperação, Planos de Apoio, Planos Individuais de Trabalho... Na prática, que interesse têm tido? Qual tem sido a sua contribuição para melhorar a educação e o ensino? E a postura cívica? E a coerência profissional?
Justificam tantas vezes o impensável!
Certos comentadores, cronistas, políticos, deviam olhar mais para dentro das escolas e ver o espartilho com que sempre estiveram. Não imaginam a batalha travada contra tudo isto e como isso tem afectado o trabalho dos  professores, dos alunos trabalhadores e dos seus encarregados de educação!
Uma batalha travada até aos exames, contra a ignorância mas, também, contra a estupidez dos que acham sempre que o trabalho é para uns e os louros para todos.

Nazaré Oliveira