domingo, 22 de março de 2015

“Esta escola já acabou” (Sampaio da Nóvoa)

Sampaio da Nóvoa



O ex-reitor da Universidade de Lisboa, Sampaio da Nóvoa, defendeu que “esta escola” que existe agora “já acabou”; “não faz sentido no século XXI”.

Aquilo em que Sampaio da Nóvoa, que tem sido apontado como possível candidato às presidenciais, acredita, é numa escola que permita a cada aluno construir o seu próprio percurso educativo, modelos que já estão a ser postos em prática em alguns estabelecimentos, mas, lamentou, com menos expressão na escola pública.

Sampaio da Nóvoa foi apenas um dos oradores do debate Educação, Democracia e Desigualdades, promovido pela candidatura cidadã Livre/Tempo de Avançar, que decorreu neste sábado em Lisboa.

O ex-reitor lamentou as “práticas selectivas” baseadas em exames, as “políticas de privatização do ensino”, as “estratégias de desvalorização da formação docente”

E usou várias vezes a palavra liberdade - liberdade “de uma escola que tem de abrir novos mundos e não fechar a criança nos mundos que já conhece”. Neste aspecto, não poupou críticas nem à direita, nem à esquerda, acusando ambas de, por vezes, não “abrirem novos mundos à criança”.

Criticou “esta escola que se construiu de uma forma uniforme” e “que serviu para um tempo que já não é o nosso”.
Para Sampaio da Nóvoa, “o ponto central desta revolução que está em curso é conseguir que cada criança tenha o seu próprio percurso” educativo: “Só assim poderemos atacar o insucesso e o abandono escolar”, afirmou, frisando que este tipo de alternativas já está a ser posta prática em “muitos lugares, mas de forma limitada nas escolas públicas”.

 O ex-reitor refere-se ao facto de a escola apresentar hoje um modelo para um universo de alunos heterogéneo, embora já haja estabelecimentos com projectos educativos em que os alunos podem, por exemplo, escolher as matérias que vão estudar e quando querem ser avaliados.

Sampaio da Nóvoa não fugiu à questão da formação docente ou do acesso à profissão, mas defendeu que essas “mudanças têm de ser feitas com os professores”, numa “lógica de política de debate e participação constante”.
De uma forma geral, insistiu que é preciso um “pensamento diferente” e não repetir “sempre as mesmas coisas”. “Sem educação não há independência nem liberdade”, disse, frisando que esse compromisso tem de começar na escola pública.


Mas o que quer o Livre/Tempo de Avançar para a Educação?
No debate foi distribuído um documento que expressa já várias propostas: reforço orçamental para a educação; reduzir o número de alunos por turma; garantir ofertas educativas para adultos, entre muitas outras ideias. É apenas um primeiro documento.

O debate serviu, explicou também o coordenador do grupo de educação da candidatura, Pedro Abrantes, para trazer novas ideias para o programa eleitoral.
Ana Drago, membro da comissão coordenadora do Tempo de Avançar, também sublinhou a preocupação com o abandono e o insucesso escolar. Lembrou a turbulência no arranque deste ano lectivo, a falta de auxiliares educativos. Quer uma escola que integre de igual forma alunos de diferentes estratos socioeconómicos. Não quer uma escola como a que preconiza o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, que defende, entre outros aspectos e reduzindo “o projecto educativo”, que “o fundamental é a escola ensinar a ler, escrever e contar”. Mas também teceu críticas à ex-ministra Maria de Lurdes Rodrigues, que seguiu um caminho “de somar coisas à escolas”: introduziu mais “burocracia na vida dos professores” e “a vida dos alunos foi inundada de novas disciplinas, novas áreas curriculares”.



in  PÚBLICO, 21/03/2015 - 19:01


Nota:
Sublinhados da minha autoria.

Sudão: a barbárie esquecida e o terror inimaginável.

Rapariga num campo de deslocados no Norte do Darfur. Foto de Mohamed Nureldin Abdallah/Reuters



Num momento em que as atenções do mundo estão centradas no futuro da Grécia na União Europeia e no desenrolar das negociações em torno da guerra da Ucrânia, pode parecer estranho que alguém preste atenção a outros temas. Mas o relatório da Human Rights Watch (HRW) sobre o Sudão, mais concretamente sobre o Darfur do Norte, deve fazer-nos parar para reflectir sobre uma outra barbárie, mais antiga, que ali mata e fere milhares há muitos anos e para a qual o mundo não arranjou ainda qualquer solução.

O que sucedeu desta vez?

Mais de duas centenas de mulheres (muitas delas jovens ou crianças) foram violadas ao longo de 36 horas pelas forças armadas sudanesas, a pretexto de uma retaliação pela morte de soldados governamentais.

A lei que ali impera, como é sabido, é a da intimidação pelo terror. O que inclui, além de violações, diversas espécies de tortura e assassinatos.

Tabit, uma localidade no Darfur do Norte, foi desta vez o cenário para os crimes descritos à organização de direitos humanos HRW, mas ao longo dos anos a geografia da barbárie sudanesa é extensa e irrestrita.

As denúncias ao Tribunal Penal Internacional já vêm de longa data e, devido a elas, há um mandado de busca internacional contra o Presidente sudanês, Omar al-Bashir. Nada que o incomode.

Em 2004, o então secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, falou em genocídio ao referir-se ao Darfur, dizendo que ali estava “a pior crise humanitária do século XXI”. Ora mesmo antes da secessão do Sudão do Sul, a pior ameaça para as populações tem vindo mais das tropas governamentais do que dos rebeldes, ganhando àquelas no nível de selvajaria.

Com quase meio milhão de deslocados em 2014 e 70 mil em Janeiro de 2015, segundo a ONU, o Sudão continua a ser uma chaga aberta no continente africano. E se a ameaça do ébola lhe roubou em 2014 as atenções do mundo, é imperativo que ele não seja esquecido. E se ouça o grito das suas vítimas.


 É imperativo que a barbárie no Sudão não seja esquecida. E se ouça o grito das suas vítimas.


 Mais informação aqui.



in PÚBLICO,  12/02/2015 - 06:22

Não compre animais!



Esta imagem faz doer e muito!

Pura e dura realidade.

Tento sempre sensibilizar as pessoas para uma adoção responsável mas, sobretudo, para que não comprem estes amigos incondicionais quando há milhares deles no "corredor da morte" dos canis, nas ruas, a morrer de solidão, de maustratos, de fome, de indiferença...

Por favor, não compre animais!

Adote!

Genial, o humor alemão!



Simplesmente, GENIAL!