O Presidente norte americano
considera ser a obrigação de todos os homens lutarem contra o sexismo, num
artigo em que acaba a falar sobre a “histórica” candidatura de Hillary Clinton
à presidência
Barack
Obama destaca o papel que as mulheres tiveram e têm na sua vida num artigo
publicado na revista “Glamour” onde afirma ser um “feminista”, destaca os
direitos conquistados pelas mulheres num passado recente e frisa que ainda
tendemos todos a ficar demasiadas vezes “fechados na caixa dos estereótipos
quanto a como homens e mulheres devem comportar-se”.
“Eu
fui criado por uma mãe solteira, que passou grande parte da sua carreira a dar
poder às mulheres em países em desenvolvimento. Eu observei a minha avó, que me
ajudou a criar, a trabalhar para subir num banco apenas para atingir um teto de
vidro. Eu tenho visto como a Michelle equilibra as exigências de uma carreira
preenchida com o tratar de uma família”, refere Obama a propósito das mulheres
da sua família.
O
Presidente americano diz que um dos privilégios do cargo foi, ao longo dos
últimos sete anos e meio, trabalhar e viver no mesmo sitio – com a distância
entre a Sala Oval e a sua sala de reduzida a uns meros 45 segundos – e deste
modo poder ter estado mais próximo das suas filhas, vendo-as crescer e a
tornarem-se mulheres.
“Nem
sempre é fácil também – vê-las a prepararem-se para voarem do ninho. Mas uma
das coisas que me torna otimista em relação a elas é que esta é uma época
extraordinária para se ser mulher. O progresso que nós alcançámos nos últimos
100 anos, 50 anos, e, sim, nos últimos sete anos tornaram a vida
significativamente melhor para as minhas filhas do que foi para as minhas avós.
E digo isso não apenas como Presidente mas também como um feminista”.
Mais
adiante, escreve que em novo deixou-se influenciar em relação aos estereótipos
da masculinidade, mas acabou por perceber que “ser um gajo duro”, não tinha a
ver com ele, e que essa tendência apenas surgiu devido à sua “juventude e insegurança”.
“A vida tornou-se muito mais fácil quando eu comecei a ser simplesmente eu
próprio”, acrescenta.
Obama
diz ainda que considera, absolutamente, ser responsabilidade dos homens lutarem
também contra o sexismo, manifestando-se otimista por ver pessoas em todo o
mundo a repudiarem as velhas assunções dos “papéis de género”.
Uma
evolução que considera depois ter dado lugar à “eleição histórica” que os
Estados Unidos irão ter no próximo outono: “Duzentos e quarenta anos após a
fundação da nossa nação, e quase um século depois das mulheres terem finalmente
ganho o direito de voto, pela primeira vez, uma mulher é a nomeada presidencial
de um dos principais partidos políticos”.
Após esta alusão à
candidatura de Hillary Clinton, Obama termina dizendo - “É isto que é o
feminismo no século XXI: a ideia que todos são iguais, que nós somos todos
livres”.