Não, os políticos não são todos
iguais. Infelizmente temos políticos íntegros e com o sentido de Estado de João
Semedo a menos e indivíduos inúteis, incompetentes e corruptos a mais.
Também temos um Presidente da
República com o descaramento de dizer que não sabe se a reforma milionária lhe
chega para as contas que praticamente não tem, uma vez que vive literalmente à
custa do contribuinte que paga o gás, a electricidade e a água do Palácio de
Belém, os carros, os seguros do carros, as revisões e arranjos dos carros, os
motoristas e o combustível de todos os veículos que servem Cavaco Silva, as
refeições de Cavaco Silva, balúrdios para despesas de representação e, com toda
a certeza, um óptimo seguro de saúde. Afinal de contas, não é à toa que
residência oficial de Cavaco Silva consegue a proeza de ser mais cara a cada
português do que o Palácio de Buckingham a cada inglês.
Temos ainda uma “inconseguida” no
cargo de Presidente da Assembleia da República que recebe mais de 7 mil euros
por mês de uma reforma de 9 anos no Tribunal Constitucional, a que acrescem
mais de 2 mil euros mensais para ajudas de custo. Isto num país onde reformados
que descontaram durante várias décadas – ela nem uma década descontou para a
reforma que aufere – foram e são sujeitos a cortes violentos que os colocam,
apesar de terem descontado uma vida inteira sem interrupções, a contar cêntimos
para os medicamentos e para os livros escolares dos netos que os filhos,
emigrados, não podem PAGAR.
Poderia ficar aqui durante muitas
linhas, a elencar uma série de inúteis e incompetentes, trafulhas e criminosos
protegidos pelas admiráveis ambiguidades legislativas que permitem que lixo
humano como a escumalha BPN esteja em liberdade e ainda receba reformas
milionárias pagas pelo erário público. Exemplos de empreendedorismo, diria o
Passos Coelho. Mas prefiro dedicá-las a esse grande deputado que o PARLAMENTO
perdeu, que enfrentou como poucos essa mesma tralha cavaquista que deu ao país
a maior fraude financeira da sua história, e que até na hora do adeus mostra de
que lado está ao abdicar da farta reforma parlamentar para receber da Caixa
Geral de Aposentações pelos 42 anos e 3 meses que descontou. Não, os políticos
não são todos iguais. A maioria até pode ser, mas ainda existem aqueles que
dignificam a política e se batem por causas maiores que o seu umbigo, o seu
tacho ou a sua ambição radical e sem escrúpulos. Nem todos os que se sentam no
hemiciclo são sujeitos do calibre de José Sócrates ou Pedro Passos Coelho.
Esses, todos juntos, não valem uma unha encravada no dedo mais pequeno do pé de
João Semedo.
João Mendes in
http://aventar.eu/category/a-escolher/politica-nacional/