Se há 200 anos atrás tivesse havido um terramoto no
Nepal, a notícia teria demorado meses a chegar a Portugal e à Europa.
Possivelmente, teria sido trazida para Istambul ou Antalya pelos mercadores que
faziam a rota da Índia, que vinha da foz do Ganges, por Patna e Delhi, e
convergia na rota da seda antes de Kashgar no extremo ocidental da China. Ou
teria chegado a Lisboa ou a Londres nos veleiros vindos de Goa ou de Bombaim
que, carregados de chá e de especiarias, contornavam a África - o canal de Suez
só foi aberto em 1869!- em viagens de longos meses. Teria sido uma notícia
difusa, imprecisa, eventualmente fantasiosa.
Ao invés, hoje, o cidadão comum pode ler, na hora, no facebook, O Diário de Katmandu, os relatórios onde o jovem Pedro Queirós descreve on-line as experiências vividas com o seu amigo Lourenço Santos nas massacradas terras nepalesas, há bem pouco tempo sacudidas por um tremor de terra. Estes diários só são possíveis graças ao avião e à Internet. Ao avião que transporta as pessoas entre continentes e às ondas hertzianas que levam os bytes que aproximam os povos do mundo. Hoje, podemos falar com propriedade de uma aldeia global.
A onda de solidariedade gerada pelo Diário de Katmandu só foi possível porque existe a Internet e o facebook. E o fenómeno merece uma análise sociológica. A afirmação do orgulho de ser português, a juventude dos intervenientes, o desprendimento pela burocracia das organizações e a vivacidade dos relatos são uma parte da explicação. A simpatia do povo nepalês, o sorriso franco das crianças são a outra parte. É um prazer ver aqueles bandos de crianças, livres, sorridentes e agradecidas por tão pouco! Coisas que vão rareando por estes lados.
A grande teia da Internet, agora organizada à volta das redes sociais, começa a adquirir vida própria. Influencia as pessoas e é influenciada por elas. Começam a construir-se verdadeiras comunidades suportadas pela rede. Esta vida própria começa a interferir com o mainstream que é a comunicação social organizada. Comunicação integrada na economia, que dela depende e serve os seus interesses. Que difunde a opinião e a informação mais conveniente para a economia, que a suporta e paga os ordenados dos jornalistas. E que por isso é a mais conveniente para as elites que controlam os midia e procuram manter-se no poder.
A comunicação nas redes sociais começa já a ocupar um importante espaço na difusão de informação e na formação de opinião, e não tem os condicionalismos nem as dependências do mainstream. Já vimos o seu efeito mobilizador nas manifestações dos indignados. E na emergência dos novos partidos de cariz popular e defensores da rotura. E vemos agora a sua força na bela história que o Pedro, o Lourenço e os seus amigos estão a escrever.
Nós portugueses, precisamos de boas causas. E afinal parece tão fácil construí-las e abraçá-las!
Ao invés, hoje, o cidadão comum pode ler, na hora, no facebook, O Diário de Katmandu, os relatórios onde o jovem Pedro Queirós descreve on-line as experiências vividas com o seu amigo Lourenço Santos nas massacradas terras nepalesas, há bem pouco tempo sacudidas por um tremor de terra. Estes diários só são possíveis graças ao avião e à Internet. Ao avião que transporta as pessoas entre continentes e às ondas hertzianas que levam os bytes que aproximam os povos do mundo. Hoje, podemos falar com propriedade de uma aldeia global.
A onda de solidariedade gerada pelo Diário de Katmandu só foi possível porque existe a Internet e o facebook. E o fenómeno merece uma análise sociológica. A afirmação do orgulho de ser português, a juventude dos intervenientes, o desprendimento pela burocracia das organizações e a vivacidade dos relatos são uma parte da explicação. A simpatia do povo nepalês, o sorriso franco das crianças são a outra parte. É um prazer ver aqueles bandos de crianças, livres, sorridentes e agradecidas por tão pouco! Coisas que vão rareando por estes lados.
A grande teia da Internet, agora organizada à volta das redes sociais, começa a adquirir vida própria. Influencia as pessoas e é influenciada por elas. Começam a construir-se verdadeiras comunidades suportadas pela rede. Esta vida própria começa a interferir com o mainstream que é a comunicação social organizada. Comunicação integrada na economia, que dela depende e serve os seus interesses. Que difunde a opinião e a informação mais conveniente para a economia, que a suporta e paga os ordenados dos jornalistas. E que por isso é a mais conveniente para as elites que controlam os midia e procuram manter-se no poder.
A comunicação nas redes sociais começa já a ocupar um importante espaço na difusão de informação e na formação de opinião, e não tem os condicionalismos nem as dependências do mainstream. Já vimos o seu efeito mobilizador nas manifestações dos indignados. E na emergência dos novos partidos de cariz popular e defensores da rotura. E vemos agora a sua força na bela história que o Pedro, o Lourenço e os seus amigos estão a escrever.
Nós portugueses, precisamos de boas causas. E afinal parece tão fácil construí-las e abraçá-las!