Duarte Marques |
Pedro Cosme Vieira |
Um "cartaz" que encontrei sobre isto |
Duarte Marques e o amigo Pedro Cosme Vieira que afunda os barcos da pretalhada
Duarte Marques, ilustre deputado do PSD, escreve
no Expresso sobre as propostas do PS. Critica, como seria de esperar.
Mas tem uma arma secreta, uma invocação de autoridade: “Tal como lembra
o Professor Pedro Cosme Vieira da Faculdade de Economia do Porto”… e
ficamos lembrados de que existe e que escreve o Professor Pedro Cosme Vieira da
Faculdade de Economia do Porto.
Ora, o que opina tão distinto
analista? Pois escreve que as medidas do PS para a segurança social “não são medidas, são sonhos”. Talvez. Mas porquê?
Ele explica: “Para aumentar o número de contribuintes é preciso desviar os
barcos com pretalhada que atravessam o Mediterrâneo para o Algarve. Para
diminuir o número de pensionistas é preciso matá-las (sic). Isto é que seriam
medidas não era dizer o resultado que queríamos que acontecesse”.
Parece um pouco ligeiro, o nosso
engenheiro. “Desviar os barcos com pretalhada” e matar os pensionistas? Aqui
está uma ideia que só pode ocorrer a mente brilhante.
Fui então estudar o pensamento de
Cosme Vieira. E encontrei uma discussão filosófica elevada sobre a vida: sobre
a sua mãe (“a minha mãe, totalmente caquéctica (sic) da cabeça”), sobre a
política (o “fardo de palha que o Portas escreveu sobre a “Reforma do Estado”)
e, notável contributo original, sobre as possíveis soluções para o problema do
Mediterrâneo, o tal mar cheio de “barcos com pretalhada”, e é essa que quero
partilhar com os leitores, pois vale a pena transcrever estes momentos
definidores de um pensamento refundador de Portugal, o que inspira aquele seu
discípulo venerando, que o cita e recita.
A primeira solução é uma ponte aérea
para trazer toda a gente de África para a Europa. Cosme Vieira não gosta nada
disso, vive aterrorizado com esta ideia. Mas veja agora a “Estratégia 2 — Afundar os barcos e matar toda a gente”, que
seria uma alternativa:
“Em vez de tentar salvar as pessoas
que vêm nos barcos precários, ‘salva-los’ atropelando-os com navios portugueses
e, depois, todos os que consigam nadar, meter um tiro em cada um. Nos
primeiros dias vão morrer algumas pessoas, talvez 1000 ou 2000 podendo mesmo
chegar aos 5000 ou aos 10000 mas, depois, deixará de haver candidatos à tentativa
de atravessar o Mediterraneo de barco. Antecipando aos (sic) pessoas que não
vale a pena tentar chegar à Europa desenvoivida (sic), desitem (sic)”.
Percebeu? Cosme Vieira explica mais
graficamente: “Será que alguém morre afogado a tentar ir do Bangladesh para
a Birmânia? No passado também havia muitos naufrágios de pessoas que fugiam da
miséria do Bangladesh para a Birmânea (sic) mas há já vários anos que isso
acabou. É que, se alguém chegar a terra, matam-no, queimam-no vivo.
Ainda há uma terceira estratégia mas
é preciso deixar essa hipocrisia esquerdista de que quem chegar ao lado de cá é
um cidadão de pleno directo (sic), com igualdade de direitos face a nós que cá
nascemos, mas quem não chegar ficando do lado de lá é um bicho.
Digamos que há ‘falta de vontade
política’ seja para afundar os barcos ou para considerar quem chega cá com
exactamente os mesmos directos (sic) de quem não chega cá.”
O distinto engenheiro é como uma
enciclopédia, trata todos os assuntos. Ei-lo na sua melhor forma:
“A SIDA é uma doença sem cura e
mortal que apenas se transmite de umas pessoas para outras de forma, em certa
percentagem, culposa. Actualmente há cerca de 35 milhões de infectados e
morrem cerca de 2 milhões de pessoas por ano. Então, se, tal como fazemos
com os animais, se fizesse o abate sanitário de todos os infectados (0.5%
da população mundial), a doença desapareceria da face da Terra
recuperando-se em apenas 15 anos os 35 milhões de pessoas abatidas.
Agora imaginemos que a SIDA se propagava de forma inexorável e que ia levar à
extinção da raça humana. Será que votaria a favor do abate sanitário dos infectados?”
Só posso agradecer a Duarte Marques
ter-me conduzido a esta autoridade que o inspira e conforta, o Professor Cosme
Vieira, o homem que se pergunta sobre o abate dos doentes de Sida ou sobre o
bombardeamento aos barcos da pretalhada e “meter um tiro em cada um”. Estou
certo de que Duarte Marques o vai continuar a citar. Afinal, ele é um poço
inesgotável de sabedoria e logo sobre tantos assuntos. É a autoridade de que o
deputado do PSD bem precisa para criticar o plano económico do PS. Duarte
Marques dá-nos sempre uma certeza, inspira-se nos amigos e na ciência certa. Nestes
tempos difíceis em que vivemos, que falta que isso faz.
artigo de Francisco Louçã
Que a Justiça atue, imediatamente!
Está tudo maluco?