Matsuo Bashô (Japão, 1644-1694), "o eterno vagabundo" - assim lhe chama Jorge Sousa Braga, autor destas versões portuguesas de "O Gosto Solitário do Orvalho", um volume de haikus, e "O Caminho Estreito", um diário de viagem.
Como diz Eugénio de Andrade ("Rosto Precário"), Bashô, "com um cânone de apenas dezassete sílabas, fez uma das mais esplêndidas poesias de que há memória." O haiku (JSB) é "um momento único na eternidade: não se repete, nem se desvanece nunca". Bashô é um dos seus maiores executores. Vejam-se dois, de entre muitos:
Uma rã mergulha
no velho tanque...
o ruído da água
Como diz Eugénio de Andrade ("Rosto Precário"), Bashô, "com um cânone de apenas dezassete sílabas, fez uma das mais esplêndidas poesias de que há memória." O haiku (JSB) é "um momento único na eternidade: não se repete, nem se desvanece nunca". Bashô é um dos seus maiores executores. Vejam-se dois, de entre muitos:
Uma rã mergulha
no velho tanque...
o ruído da água
Preso na cascata
um instante:
o verão
um instante:
o verão
“Os leitores encontrarão no meu
diário uma amostra fortuita de tudo o que encontrei no caminho. Algumas dessas
visões permanecem ainda vivas no meu coração — uma casa isolada nas montanhas
ou uma estalagem solitária cercada por um matagal, por exemplo.
Anoto estas
recordações na esperança de que possam desencadear uma conversa agradável entre
os meus leitores, e para que possam ser úteis àqueles que calcorreiam os meus
caminhos”.
As palavras de Matsuo Bashô são o mote destes lindíssimos haikus
para serem lidos, como o afirma Jorge Sousa Braga na introdução a este livro,
“da mesma maneira que uma abelha se debruça sobre um grão de pólen ou uma brisa
ligeira sacode uma folha de bambu”.