Quando chega
o Natal, questiono-me sempre se, de facto, ele é vivido como deveria ser: com a
alegria da partilha ou o sorriso de quem gosta de nós a valer!
Perdidos na
imensidão do consumismo e envolvidos pelas luzes coloridas desta quadra, naufragamos
em gestos ensaiados e submergimos em prendas, fitas coloridas e papéis brilhantes,
animados por uma boa mas estranha sensação de bem-estar.
De dever
cumprido.
Nem sempre
nos damos conta de que o Natal é, acima de tudo, momento de festa, festa
interior, comunhão, paz, diálogo.
O desejo de
querer que tudo de bom acontecesse e que cada um de nós fosse uma parte
importante nesse acontecer.
E que esse
bom acontecer fosse tão simples como simples é sorrir, dar um bom-dia a quem
passa, ouvir histórias de uma solidão envelhecida, mandar uma mensagem a um
amigo doente, ausente, ajudar, chegar ao fim do dia e sentir que o pouco que
demos nos fez melhores.
Agir em
consciência na defesa dos valores da solidariedade e da paz para o mundo inteiro.
Com seriedade e determinação. Sem artificialismos.
Num mundo
marcado pela globalização, pela progresso científico e tecnológico, morre-se de
fome, de indiferença, de abandono. De desumanidade.
Vivemos os
dias à procura da luz, do brilho, da cor, esquecidos que o Sol chega, todas as
manhãs, mesmo no dia de Natal.
Nazaré Oliveira