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É horrível
ver cenas cruéis deste nosso mundo, também, cruel.
Nesta foto, a
crueldade da luta de cães. No entanto, também seria cruel se fosse uma foto com
violações de pessoas ou de animais, touradas, gente com fome, sede, frio, sem
medicamentos, pessoas e animais na solidão, abandonados, acorrentados,
torturados, na imundice, morrendo lentamente numa agonia sem fim para gáudio de
mentes perversas e sanguinárias que assim alimentam os seus comportamentos desviantes
e as suas frustrações e recalcamentos.
Custa ver
esta e outras cenas cruéis? Com pessoas? Com animais?
Custa ver,
sim, mas mais me custaria e sempre custará saber que actos cruéis persistem e
que, pela ignorância ou indiferença da nossa parte, não denunciamos.
Custa ver,
sim, mas mais me custaria saber que sei, vi e nada fiz pelas vítimas inocentes
de sacanas sem lei.
Custa ver,
sim, mas mais me custaria ocultar ou, sequer, fingir que não sei.
Custa ver,
sim, mas jamais deixarei de divulgar.
Eu estou do
lado das vítimas e tudo farei para denunciar os seus carrascos.
Não acabo
com a crueldade nem com quem a pratica mas, orgulhosa e convictamente, reafirmo
publicamente a minha posição face à dura luta que se continua a travar para
defesa dos direitos humanos e dos não humanos.
As redes
sociais têm um papel cívico e pedagógico importantíssimo para o esclarecimento
que urge fazer-se e a todos os níveis. Sobretudo, com os mais jovens.
Não as
utilizar, portanto, em situações como esta, seria um ato de cobardia da minha
parte e a negação de mim mesma.
Nazaré Oliveira