domingo, 26 de junho de 2011

A disciplina de História é essencial.


Numa altura em que os meus alunos do 12º ano de História A se preparam para mais um exame nacional (amanhã), lembrei-me de rever as prioridades da Política Educativa no nosso pais, constatando mais uma vez como é e seria importante, efectivamente, colocar a educação no papel central que nunca lhe deveriam retirar para a modernização e desenvolvimento do nosso país.
Sobretudo, para a formação do nosso povo no âmbito de uma cultura política e social de responsabilidade, designadamente, na cidadania activa e  intervenção cívica, tão pouco visíveis e actuantes num país que viveu sob uma ditadura de 48 anos mas que já completou 37 de democracia.
Apesar da legislação referir que as principais prioridades da política educativa do  XVIII Governo Constitucional assumiam o papel central de educação e qualificação dos portugueses na coesão social, no crescimento económico e na modernização do país, que promoviam a igualdade de oportunidades no acesso à educação e ao conhecimento e o progresso do sistema educativo, estabelecendo objectivos que orientavam a acção governativa nos domínios da educação e do ensino, muita coisa não foi e devia ser repensada e levada à prática.
É o caso da disciplina de História: deveria ser obrigatória até ao 12º ano, quer nos cursos científico- tecnológicos quer nos científico-humanísticos.
Não seríamos os únicos a fazê-lo! Na vizinha Espanha, por exemplo, todos os alunos de todas as áreas têm exame nacional a História no fim do secundário. É fundamental a aprendizagem da História e fundamental o seu ensino.
Não podemos cair naquele discurso falsamente vanguardista de que o conhecimento das TIC & Cª Lda. são o passaporte para o sucesso do país e para a sua modernização no seio das nações. E que, embora no nosso país haja uma alta % de utilizadores de telemóvel ou utilizadores de Internet, isso não é sinónimo de desenvolvimento! Não. Não é por aí.
Escreve-se mal, fala-se pior e pensa-se menos.
De que vale tudo isso se o aluno, a pessoa, não interioriza a importância do conhecimento histórico, passado, presente, no plano político, económico, ideológico, cultural...se não tiver capacidade crítica de se auto analisar como peça importante no caminho traçado pelo seu país, reconhecendo também que é responsável pelo funcionamento das instituições democráticas, pela política, pelas questões transnacionais, pela sua identidade europeia?
O ensino da História é imprescindível e a  sua aprendizagem cada vez mais necessária nesta "aldeia global".
Sendo a disciplina por excelência da análise diacrónica do mundo, das sociedades e do Homem, numa abordagem privilegiadamente multidisciplinar, a História é mais do que útil na formação dos indivíduoa: é essencial na sua formação como cidadãos do Mundo.

Senhor Professor Nuno Crato, mãos-à-obra!

Nazaré Oliveira

ver  também https://wcd.coe.int/wcd/ViewDoc.jsp?id=234237