segunda-feira, 18 de maio de 2015

Rochas, conchas, areia, mar

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Duarte Marques e Pedro Cosme Vieira: perigosa e ameaçadoramente racistas

Duarte Marques

Pedro Cosme Vieira

Um "cartaz" que encontrei sobre isto





Duarte Marques e o amigo Pedro Cosme Vieira que afunda os barcos da pretalhada


Duarte Marques, ilustre deputado do PSD, escreve no Expresso sobre as propostas do PS. Critica, como seria de esperar. Mas tem uma arma secreta, uma invocação de autoridade: “Tal como lembra o Professor Pedro Cosme Vieira da Faculdade de Economia do Porto”… e ficamos lembrados de que existe e que escreve o Professor Pedro Cosme Vieira da Faculdade de Economia do Porto.

Ora, o que opina tão distinto analista? Pois escreve que as medidas do PS para a segurança social “não são medidas, são sonhos”. Talvez. Mas porquê? Ele explica: “Para aumentar o número de contribuintes é preciso desviar os barcos com pretalhada que atravessam o Mediterrâneo para o Algarve. Para diminuir o número de pensionistas é preciso matá-las (sic). Isto é que seriam medidas não era dizer o resultado que queríamos que acontecesse”.
Parece um pouco ligeiro, o nosso engenheiro. “Desviar os barcos com pretalhada” e matar os pensionistas? Aqui está uma ideia que só pode ocorrer a mente brilhante.

Fui então estudar o pensamento de Cosme Vieira. E encontrei uma discussão filosófica elevada sobre a vida: sobre a sua mãe (“a minha mãe, totalmente caquéctica (sic) da cabeça”), sobre a política (o “fardo de palha que o Portas escreveu sobre a “Reforma do Estado”) e, notável contributo original, sobre as possíveis soluções para o problema do Mediterrâneo, o tal mar cheio de “barcos com pretalhada”, e é essa que quero partilhar com os leitores, pois vale a pena transcrever estes momentos definidores de um pensamento refundador de Portugal, o que inspira aquele seu discípulo venerando, que o cita e recita.

A primeira solução é uma ponte aérea para trazer toda a gente de África para a Europa. Cosme Vieira não gosta nada disso, vive aterrorizado com esta ideia. Mas veja agora a “Estratégia 2 — Afundar os barcos e matar toda a gente”, que seria uma alternativa:
“Em vez de tentar salvar as pessoas que vêm nos barcos precários, ‘salva-los’ atropelando-os com navios portugueses e, depois, todos os que consigam nadar, meter um tiro em cada um. Nos primeiros dias vão morrer algumas pessoas, talvez 1000 ou 2000 podendo mesmo chegar aos 5000 ou aos 10000 mas, depois, deixará de haver candidatos à tentativa de atravessar o Mediterraneo de barco. Antecipando aos (sic) pessoas que não vale a pena tentar chegar à Europa desenvoivida (sic), desitem (sic)”.

Percebeu? Cosme Vieira explica mais graficamente: “Será que alguém morre afogado a tentar ir do Bangladesh para a Birmânia? No passado também havia muitos naufrágios de pessoas que fugiam da miséria do Bangladesh para a Birmânea (sic) mas há já vários anos que isso acabou. É que, se alguém chegar a terra, matam-no, queimam-no vivo.
Ainda há uma terceira estratégia mas é preciso deixar essa hipocrisia esquerdista de que quem chegar ao lado de cá é um cidadão de pleno directo (sic), com igualdade de direitos face a nós que cá nascemos, mas quem não chegar ficando do lado de lá é um bicho.
Digamos que há ‘falta de vontade política’ seja para afundar os barcos ou para considerar quem chega cá com exactamente os mesmos directos (sic) de quem não chega cá.”

O distinto engenheiro é como uma enciclopédia, trata todos os assuntos. Ei-lo na sua melhor forma:
A SIDA é uma doença sem cura e mortal que apenas se transmite de umas pessoas para outras de forma, em certa percentagem, culposa. Actualmente há cerca de 35 milhões de infectados e morrem cerca de 2 milhões de pessoas por ano. Então, se, tal como fazemos com os animais, se fizesse o abate sanitário de todos os infectados (0.5% da população mundial), a doença desapareceria da face da Terra recuperando-se em apenas 15 anos os 35 milhões de pessoas abatidas. Agora imaginemos que a SIDA se propagava de forma inexorável e que ia levar à extinção da raça humana. Será que votaria a favor do abate sanitário dos infectados?

Só posso agradecer a Duarte Marques ter-me conduzido a esta autoridade que o inspira e conforta, o Professor Cosme Vieira, o homem que se pergunta sobre o abate dos doentes de Sida ou sobre o bombardeamento aos barcos da pretalhada e “meter um tiro em cada um”. Estou certo de que Duarte Marques o vai continuar a citar. Afinal, ele é um poço inesgotável de sabedoria e logo sobre tantos assuntos. É a autoridade de que o deputado do PSD bem precisa para criticar o plano económico do PS. Duarte Marques dá-nos sempre uma certeza, inspira-se nos amigos e na ciência certa. Nestes tempos difíceis em que vivemos, que falta que isso faz.



artigo de Francisco Louçã



Que a Justiça atue, imediatamente!

Está tudo maluco?

domingo, 10 de maio de 2015

Albinos vítimas de "caça cruel"

foto : IRIN/Helen Blakesley

Foto: Reprodução/DailyMail




A crença de que poções feitas com corpos de pessoas albinas trazem sorte e riqueza alimenta um comércio cruel na Tanzânia.

Os albinos deste país vivem em constante ameaça de morte, podendo, a qualquer momento, ser vítimas de verdadeiras "caçadas".

Os compradores de albinos chegam a pagar o equivalente a R$ 200 mil pelo corpo inteiro de uma pessoa e, muitas vezes, o "negócio" é fechado pelas próprias famílias das vítimas.
Quando o ataque não é mortal, essas pessoas (albinas) perdem membros que valem cerca de R$ 10 mil, de acordo com informações do jornal britânico Daily Mail.

O albinismo é um distúrbio congénito caraterizado pela ausência de pigmento na pele, cabelos e olhos, devido a uma deficiência na produção de melanina pelo organismo.
É um distúrbio muito raro no ocidente mas bastante comum na África Subsaariana e noutros países africanos.

Nos últimos anos, houve várias iniciativas para tentar consciencializar a população e romper preconceitos e superstições em torno do albinismo.
O governo da Tanzânia lançou campanhas para isso mas o problema persiste, especialmente nas regiões mais remotas do país.



Recomendo esta leitura:

sábado, 9 de maio de 2015

Vendem-se meninas sírias







Que terrível realidade!  Que humilhante! Que monstruoso!

Que revolta me causam estas práticas bárbaras e de um primitivismo hediondo, estas mentalidades e estas políticas interessadamente entranhadas em certas religiões e em certas seitas, em princípios morais de duvidosa Moral, tal o nojo e o asco que me causam e o rasto de dor e de amargura que arrastam consigo!

Matam a vida, lentamente, de quem da vida pouco ou nada sabe ou pouco ou nada viveu.

Criminosos cruéis, estes, que se abeiram da pobreza para dela retirar, a troco de dinheiro, a inocência e a pureza de tantas e tantas meninas que por esse mundo fora choram ou calam sózinhas a sua sorte infeliz.

Criminosos cruéis, aqueles que as vendem como objetos de prazer a troco de uma qualquer quantia de dinheiro, como se um filho em dinheiro possa ser convertido, pesado, comparado ou sequer vendido.

Criminosos cruéis, os que continuam a apadrinhar e a incentivar estas práticas, estas tradições, esta ignomínia, impunemente.

Malditos sejam! Como se não bastasse o que já sofreram e continuam a sofrer estas crianças desde que a guerra na Síria se iniciou. 

Segundo o relatório da ONU, de 1 de Março de 2011 a 15 de Novembro de 2013, que responsabiliza o governo e milícias aliadas pelos horrores que têm passado, e ainda as forças da oposição pelo recrutamento de jovens para o combate e funções de apoio, assim como pela condução de operações militares, para além disto há ainda o uso de táticas de terror em áreas povoadas por civis e o desaparecimento de muitas crianças, sem falar das dificuldades que continuam a colocar à  entrega de ajuda humanitária nas áreas mais afetadas. 
A ONU alerta para o elevado nível de stress destas pobres crianças, como resultado de terem testemunhado a morte de membros da família, de terem sido separadas dela ou de terem sido expulsas das suas casas.
Se acrescentarmos a toda esta montra dos horrores a venda das meninas, constataremos que nele nada mais existe, para além da barbárie, para além do sangue de inocentes, para além da intolerância, do racismo e da guerra que continuamente provocam.

Ban Ki-moon, nesse relatório, pedia a todas as partes no conflito que tomassem, quanto antes, todas as medidas para proteger e defender os direitos de todas as crianças na Síria. Pedia, mas pedir já não basta. Não tem bastado. 
O Oxford Research Group também relatava, em Novembro de 2013, que mais de 11.000 crianças foram mortas no conflito sírio, entre elas 128 por armas químicas e 389 abatidas por franco-atiradores.
De acordo com os dados reunidos pelo centro, 11.420 crianças sírias com até 17 anos de idade foram mortas entre o início do conflito, em Março de 2011, e o final de Agosto de 2013. Entre os civis e combatentes identificados, o número de mortes chega a 113.735.
Das 10.586 crianças cuja causa da morte foi especificada, 7.557, ou 71%, foram mortas por «armas explosivas» (bombardeamentos aéreos, atentados a bomba, tiros de artilharia), o armamento «mais mortal para as crianças na Síria», observa o relatório com base em dados de várias organizações sírias.
«Tiros de armas de fogo leves são responsáveis pela morte de uma criança em quatro, 2.806 no total, ou 26,5%. Entre elas, 764 crianças foram sumariamente executadas e 389 mortas por franco-atiradores», indica o estudo.
Dos 764 menores mortos sumariamente, foi relatado que «112 foram torturados», cinco com sete anos ou menos e onze com idade entre 8 e 12 anos, de acordo com a mesma fonte.
O relatório também informa que «128 crianças foram registradas como tendo sido mortas por armas químicas no ataque de 21 agosto de 2013 em Ghouta Oriental», um ataque atribuído pela oposição síria e os países ocidentais ao regime do presidente Assad.
Este ataque, que deixou centenas de mortos, resultou numa escalada das tensões e na destruição do arsenal de armas químicas do regime sírio.
Diz igualmente que «meninos com idade entre 13 e 17 anos foram as vítimas mais frequentes de assassínios seletivos, seja por atiradores, execuções ou tortura».
Os adolescentes são mais visados que as crianças mais novas e duas vezes mais meninos foram mortos do que meninas.
«Os resultados mais preocupantes deste relatório não são apenas quanto ao grande número de crianças mortas neste conflito, mas a maneira como morreram», declarou Hana Salama, co-autora do relatório.
«Todas as partes em conflito devem assumir a responsabilidade pela protecção das crianças», ressaltou Hamit Dardagan, outro autor, que acredita que apenas «uma paz duradoura» pode garantir «a segurança das crianças».

Mas, quando são os próprios pais a vender as suas crianças, quando são os próprios pais a fazerem das suas vidas uma guerra permanente, quando há compradores do corpo e da alma dessas crianças, daquelas meninas, como refiro no início deste artigo, que mais se poderá fazer para acabar com este massacre de inocentes, com esta guerra contra inocentes, a não ser uma tomada de posição mais enérgica da Comunidade Internacional, verdadeiramente unida e verdadeiramente empenhada em salvá-los?

Deixemo-nos de hipocrisia nas relações diplomáticas internacionais. O interesse das crianças e a salvaguarda dos Direitos Humanos deveria falar mais alto.
Infelizmente, é isto que não vemos.


Nazaré Oliveira